quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

XTerra World Cahmpionship (Maui, Hawai) e Ruta de los Conquistadores (Costa Rica)

O último post do ano de 2014, vai para as duas maiores aventuras que realizei no último trimestre deste ano:

O campeonato do Mundo de Triatlo Off-Road, XTerra, que teve lugar no dia 26 de Outubro na ilha de Maui no Havai:


E a prova de BTT por etapas mais dura do mundo, a Ruta de los Conquistadores, que teve lugar na Costa Rica, nos dias 6, 7 e 8 de Novembro, e que foi vencida de forma extraordinária pelo nosso grande Luís Leão Pinto:


Para saberem como foi, leiam a revista Bike Magazine, edição de Janeiro de 2015, que já está nas bancas..

E AVENTUREM-SE! Vivam as emoções....

Feliz Ano de 2015 e boas aventuras a todos!

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

TransAndalus - Uma Travessia Imprópria para Cardíacos!

Uma travessia de BTT em 19 dias consecutivos, 2.200kms, 36.000mts de desnível positivo… Uma travessia sem corantes nem conservantes ou aditivos; isto é, sem proteínas whey, recoveries, géis ou barras, feita à custa de Menús del Día, bocadillos de jamón, paellas e ensaladas mixtas e muita vontade de pedalar e de testar os limites da resiliência, da capacidade física e mental, e de resistência às temperaturas diárias de mais de 40o, típicas da Andaluzia em pleno Agosto. Os dias eram longos, 8 a 10h em cima da bike, médias de 120/ 130kms diários, com altimetrias a rondar os 2000/2500mts em cada dia… Esta foi a receita para a nossa TransAndalus!

Bike Magazine, edição de Novembro

Se me dissessem que a Andaluzia tinha tanta montanha talvez não acreditasse…  Se me dissessem que tinha tanta diversidade e variedade assim, talvez também duvidasse… Mas agora posso afirmar que é das regiões mais variadas que conheço!

O TransAndalus (TA) é uma espécie de tour da Andaluzia em BTT, que qualquer um pode percorrer, fazendo download dos tracks em http://www.transandalus.org, bem como toda a informação necessária. O percurso passa por toda a espécie de caminhos: estradões, single tracks, alfasto, areia, ciclovias, vias verdes (antigas linhas férreas), caminhos cheios de pedras, subidas, descidas, planícies, montanhas, praias, florestas, deserto, GRs (Grandes Rotas), senderos e vias pecuárias.

A TA está pensada para ser feita com alforges, mas para se fazer o percurso na totalidade é melhor não os levar, para se poder usufruir em pleno dos imensos troços técnicos e single tracks. Mesmo assim é preciso interiorizar que vai ser necessário empurrar bastante! A rota é de uma dureza extrema, a nível altimétrico e de dificuldade de muitos troços. Outros nem por isso!

Os nossos 19 dias foram resumidamente passados assim:

1ª Etapa: Vila Verde Ficalho – Trigueros (140kms, 2100mts de desnível)
O 1º dia foi marcante, de calor abrasador, em que se assinalou a passagem pelas antigas minas de San Telmo (a lembrar as nossas Minas de S. Domingos) e onde a falta de sombras foi uma constante. Pela negativa registou-se também o roubo do meu GPS, enquanto abastecíamos numa “panadería” em Valverde del Camino, já perto do fim da etapa. Nada a fazer, continuámos para o nosso destino, por uma “via verde”, uns 20kms numa antiga linha férrea, um verdadeiro paraíso à sombra, face ao forno em que pedalámos o dia todo.

Minas de San Telmo

2ª Etapa: Trigueros – Puerto de Sta. Maria (142kms, 500mts de desnível):

Uma etapa sem grandes desníveis, passagem por inúmeras praias desta zona sul de Espanha, e pelo Parque Nacional de Doñana, com temperaturas mais frescas que no dia anterior. O que mais se destaca é a travessia de cerca de 30kms na areia molhada da praia de Matalascañas para se chegar à foz do Guadalquivir, e então atravessar de ferry para o outro lado, para Sanlúcar de Barrameda. Esta travessia só é possível de fazer na maré baixa, e pedala-se bem na imensa extensão do areal de Matalascañas. Não o fazer obriga a uma volta por terra de mais de 200kms, ou seja mais 2 dias. Tivemos sorte, e chegámos lá com a maré a baixar. No final, coroámos a façanha com um mergulho quentinho!

Playa de Matalascañes

3ª Etapa: Puerto Sta. Maria – Zahara de los Atunes (98kms, 400mts de desnivel):

Estamos na provínvia de Cádiz e o dia que se avizinhava de alguma facilidade e de quilómetros para avançar, revelou-se um verdadeiro inferno! Um vento de Levante amanheceu forte e foi aumentando ao longo do dia, a rondar os 50km/h e depois 70km/h da parte da tarde. De tal forma que quase nos atirava da bicicleta abaixo! Foi um regresso à Patagónia, com a diferença de que agora não tinha alforges, e portanto era mais difícil cair. O pó e areia que comemos o dia todo, e o desgaste de pedalar com tal vento contra, obrigou-nos a abreviar o dia.


4ª Etapa: Zahara de los Atunes – Jimena de la Frontera (138kms, 2150mts de desnivel):

Hoje é que começa o verdadeiro BTT! Abandonaremos o mar -  sem ir a Tarifa (faz parte do novo traçado, mas nós fomos pelo velho) - e seguimos para o interior. Depois de um troço inicial com subida e descida técnicas, adensamo-nos numa subida linda que gostamos de chamar “uma subida à Pirenéu”, ou seja longa e gradual, daquelas que nunca mais acabam! Optamos por almoçar em El Bujeo (o mais próximo que estivemos de Tarifa) e voltamos à terra para a segunda longa subida do dia. Todo o tempo tivemos Gibraltar no campo de visão, o rochedo mais disputado à face da terra! No fim, antes da chegada a Jimena de la Frontera, um pueblo lindo empoleirado numa encosta, gozámos de alguns single tracks e caminhos bem bonitos.

Jimena de la Frontera

5ª Etapa: Jimena de la Frontera – Ronda (98kms, 2400mts de desnivel):

São capazes de imaginar um single track com 8kms de extensão, com subidas e descidas, com pedra e com terra, alguns só para experts? Pois foi isso o que se destacou neste dia. Um single de luxo, sempre a pouca distância da linha férrea, numa GR da Serranía de Ronda. Ao aproximarmo-nos de Ronda, bem no alto de um monte, não dá para imaginar como vamos subir lá acima… É uma subida brutalmente dura, após todo o acumulado do dia. Para chegar à cidade legionária é preciso passar pelo inferno de Dante… para depois alcançar o paraíso, de tão bela que é!


6ª Etapa: Ronda – Antequera (102kms, 2750mts de desnível):

Para sair de Ronda começa-se logo a subir… De tal maneira que aos 14kms já tínhamos 800mts subidos! Após o que se desce por um single cheio de pedra solta e perigoso (para mim), daí que toca a empurrar! A empurrar continuei, pois para sair do buraco também era novamente em single, mas a maioria deste não era ciclável. A paisagem era esmagadora, no vale estamos entrincheirados entre montanhas altíssimas, à sombra de pinhal. Acercamo-nos de El Chorro e da sua central hidroeléctrica. Estamos no Parque Natural do Desfiladero de los Gaitanes, e o single que nos conduz à barragem é brutal, consigo desfrutar de quase tudo, um verdadeiro desafio! Chegados à barragem, fazemos um pequeno desvio para ir espreitar o famoso Camino del Rey, onde se ergue uma parede vertical de 250mts, com uma passagem estreitíssima cravada nas paredes dos desfiladeiros, construída para os trabalhadores da Central transportarem materiais.


7ª Etapa: Antequera – Jayena (120kms, 2500mts de desnivel):

Durante a manhã, o sobe e desce continua, e curtos single tracks ajudam à variedade do percurso. Almoçamos praticamente na fronteira da província de Málaga com a de Granada, onde continuamos. A chegada a Jayena também era desafiante, mais um longo e técnico single track, a desafiar a concentração.


8ª Etapa: Jayena – Pampaneira (98kms, 2660mts de desnível):

Para chegar a Pampaneira temos de entrar na Sierra Nevada. Toda a manhã a subir. Descemos e almoçámos em Niguelas, para logo a seguir enfrentarmos mais uma parede, daquelas de quase cair para trás, como já encontráramos outras. Tomámos a certa altura a decisão de não seguir pelo traçado novo da TA, e optámos por descer a Lanjarón. Esta opção acabou por sair-nos muito cara… Para sair de lá, foram 1300mts subidos em 14kms! Nunca na vida subi tanto em tão pouca distância! As forças estavam no limite, mas chegámos por fim a Pampaneira, uma vila lindíssima, a fazer lembrar as ruelas do Piódão.


9ª Etapa: Pampaneira – Laujar de Andarax (103kms, 2700mts de desnível):

Para sair de Pampaneira era logo a subir. O percurso hoje leva-nos a Trevélez, o pueblo localizado a maior altitude em Espanha, a 1500mts. Não há palavras para descrever a beleza e a dureza dos locais que atravessámos. Da parte da tarde, tivemos de empurrar a bicicleta por um barranco acima durante uma distância considerável. Chegados ao topo, o prémio era um single track fantástico bem lá no alto. Quem muito empurra, sempre alcança…

Trevélez

10ª Etapa: Laujar de Andarax – San José (147kms, 2225mts de desnivel):

Laujar de Andarax já fica na província de Almería. Hoje voltamos ao mar! E temos não só a subida mais longa de toda a travessia (a começar em La Instinción, Sierra de Gador), como também a descida mais longa (quase 20kms de caminho das pedras), para Almería. Para todo o lado que olhemos só se vêem montes, e não se vislumbra uma forma de sair dali, tem de se passar um a um. Depois de passarmos Almería, vamos sempre junto à costa até ao Cabo de Gata, e decidimos continuar para San José, com umas belas paredes, ainda que em alcatrão, para lá chegar. San José e as praias adjacentes são encantadoras!

San José

11ª Etapa: San José – Sorbas (95kms, 1635mts de desnivel):

Linda a saída de San José, com um single sobre o mar. Dirigimo-nos depois a Rodalquilar, onde existiam minas de ouro, e como em  todas as povoações mineiras, parece que estamos noutro planeta. E é lá que continuamos enquanto cruzamos um território tipo far west, que foi inclusive cenário de imensos westerns. Rumamos depois a Água Amarga, o ponto mais oriental onde chegamos, e onde tomamos um belo banho no mediterrâneo antes de voltarmos de vez costas ao mar, para nos adensarmos depois num cenário do outro mundo. Cruzamos o deserto de Tabernas, são 50kms de total isolamento, sem qualquer ponto de abastecimento (apenas uma torneira não potável mas donde bebemos abundantemente), um cenário desolador no único semi-deserto da Europa. A água dos bidons escaldava, atravessar um deserto com aquele calor, entre as 15 e as 18h, é uma quase loucura, mas de gente sã não reza a história…

Playa de Água Amarga

12ª Etapa: Sorbas – Baza (124kms, 2585mts de desnível):

O cenário de secura continuou durante a manhã, mas aos poucos começou a mudar. Havia imensas oliveiras e sobretudo amendoeiras, com um sistema de irrigação automático, gota a gota… Almoçamos um bocadillo com 2.2lts de Coca-Cola em Senés, porque temos logo um empeno de 900mts de subida na Sierra de los Filabres, para chegarmos ao ponto mais alto de toda a TA: o Alto de Velefique, aos 1860mts.


13ª Etapa: Baza – Pontones (110kms, 2055 de desnivel):

Hoje é um dia mítico. Atravessamos a Sierra de Cazorla, são 65kms sem qualquer povoação, em isolamento absoluto, sendo o percurso mais bonito de toda a TA: bosques frondosos, fetos, vegetação abundante, cursos de água (donde bebi bastante), cervos selvagens, subidas e descidas, montanhas esmagadoras para onde quer que olhássemos, e por fim, uma mudança radical de cenário para sair de Cazorla: o verde é substituído por um cenário quase lunar, de montes carecas, cobertos por uma espécie de musgo, monte atrás de monte, cerca de 15kms, antes de chegarmos por fim a Pontones, por single tracks lindíssimos!

Sierra de Cazorla
14ª Etapa: Pontones – Albergue Vaquerizo (120kms, 2055 de desnível):

A saída de Pontones é tão bonita quanto a chegada. Pelo caminho cervos sempre à vista. Vamos em direcção à Sierra de Segura, o que quer dizer subidas e mais subidas. Almoçamos em Beas de Segura, e vamos enfrentar o pico de maior calor que passámos em toda a TA. Entre Beas e Aldeahermosa, o termómetro terá passado os 45o, a água dos bidons fervia e o ar que respirávamos quase queimava. Indecisos sobre ficar por ali, o funcionário da gasolineira salvou-nos, dizendo que havia um albergue na Sierra Morena, a uns 10kms. Quando avistámos o albergue… Chegámos ao paraíso: no meio do nada, sem luz eléctrica ou água da companhia, mas com gerador e furo, e uma piscina de encher os olhos, estava o “Vaquerizo”. E ficámos no paraíso nessa noite!

Albergue "Vaquerizo"

15ª Etapa: Albergue Vaquerizo – Andújar (155kms, 2035mts de desnível):

Desde ontem que estamos na província de Jaén. Atravessamos a Sierra Morena, por estradões a subir e a descer entre pinheiros mansos e oliveiras, um cenário diferente do anterior mas bonito à sua maneira. Ambicionamos chegar a Andújar, por isso em Baños de la Encina, decidimos continuar, mas os caminhos cheios de pedra rolada ou seixo, barragem acima, não facilitaram. 

Sierra Morena, com cervos lá em baixo

16ª Etapa: Andújar – El Guijo (134kms, 1820mts de desnivel):

Entramos na província de Córdoba, que sinceramente se revelou a menos interessante. De manhã muito asfalto, e de tarde muitos portões que tivemos de abrir e fechar, algumas cercas que tivemos de passar porque o aviso “Peligro, ganado bravo” e os animais mesmo no caminho que íamos atravessar, não nos inspiraram confiança… No fim do dia, perdemos mais de 2h a desbravar mato num suposto sendero que tinha desaparecido e nos obrigou a andar a pular redes para sair dali. Assim, o tempo perdido obrigou-nos a ficar em El Guijo e usufruir da bela da piscina.

El Guijo

17ª Etapa: El Guijo – Alanís de la Sierra (146kms, 2225mts de desnivel):

Hoje parece que estamos nas Aldeias Históricas: grandes lajes de granito e piso semi-arenoso, num constante sobe e desce. De tarde sabemos que temos pela frente 65kms de um alcatrão em muito mau estado, a subida da Sierra Norte, para chegar a Alanís. Nunca vi tantos buracos na minha vida! A meio entramos na província de Sevilha. Duríssima a subida, dos 65kms, 40 foram em subida. Cheguei a Alanís sem comida e sem água. E despejámos uma garrafa de 2.2lts de Coca-Cola!

Alanís de la Sierra, em fiesta

18ª Etapa: Alanís – Aracena (137kms, 2200mts de desnível):

Na TA nunca se pode desligar o modo “subida”! A Sierra de Aracena e Picos de Aroche é um verdadeiro desafio. Seguimos para a província de Huelva, e por entre campos de gado, passamos por mais uma antiga mina. Acercamo-nos da impressionante barragem de Aracena, e entramos nesta bela cidade, que é capital de comarca.


19ª Etapa: Aracena – Vila Verde de Ficalho (87kms, 1800 de desnível):

Partimos de manhã em direcção a Jabugo, para os mais belos single tracks de toda a travessia, à sombra e junto a uma linha de água, lindíssimo! Chegados a Aroche (início e fim oficial da TA) completa-se o círculo e resta-nos fazer de novo a ligação, fora de estrada, até Rosal de la Frontera e seguir para V. Verde de Ficalho por estrada.

Jabugo

Está feita uma travessia épica, difícil de imaginar pela sua variedade e dificuldade. Não há como ver para crer…

Portugal à vista...

terça-feira, 18 de novembro de 2014

XTerra World Championship - Maui, Hawaii

A final do Campeonato do Mundo de Triatlo Off-Road...

Não é para todos... é só para quem pode! 

La Ruta de los Conquistadores - PURA VIDA!

La Ruta... The Toughest Mountain Bike Race on the Planet!


More Other Videos

O maior evento ciclístico da Costa Rica, mais importante que a Volta à Costa Rica... A prova mais dura do mundo com um vencedor português: Luís Leão Pinto!

PURA VIDA!

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Duatlo Festibike 2014

O Duatlo do Festibike é, como o nome indica, uma FESTA ou FESTIVAL... das bikes, do material das bikes, e da modalidade do Triatlo/Duatlo. Costuma ser o fim da época para muitos triatletas... Para mim não!

Foto: Triatlo Portugal

Para mim, não há épocas... pedalo quando, como e onde posso, sempre que me apeteça e se proporcione! mas nem só de pedalar vive o Homem... por isso também se corre... e nada... ou chapinha-se! ;-)

Para mim também não é fim de época coisíssima nenhuma... até poderia estar a começar agora, pois irei a Roma e quero ver se vejo o Papa!

Ou, vou a Meca e também quero ver se vejo o Profeta...

Ou, vou a Maui-Havai e quero ver se vejo a linha de meta do X-Terra!

Mas nem a linha de meta do X-Terra me irá travar... pois ainda tenho uma Ruta para conquistar!

Mas do Duatlo Festibike é que eu me propus falar... Mas as fotos falam melhor que eu:

Foto: Triatlo Portugal
É por isto que vou às provas...

Foto: H. Velez

Uma grande Bike, umas grandes Rodas e um(a) condutor(a) movido a pedais: a combinação perfeita!

O mundo seria melhor se esta equação fosse utilizada mais vezes...

Foto: H. Velez
O mundo também seria melhor se cada um fizesse aquilo que mais gosta... isso iria gerar mais sorrisos, menos poluição e menos depressão!

E no fim deu este resultado:

Foto: Triatlo Portugal

Um pódio "Ciclomarca-Bicicletas" e Speedsix:

Foto: Triatlo Portugal
E um pódio Garmin Olímpico de Oeiras:

Foto Triatlo Portugal: 3º lugar Equipas Femininas - Garmin Olímpico de Oeiras

Mas há mais no Festibike para além do Duatlo, e ainda deu para rever outros amigos:

Foto: Bike Service/Douro/Gerês GranFondo, com Fátima Melo

E passear e conversar bastante...

Stand SPEEDSIX, com Nuno Silvestre

Mais um evento 5 estrelas, tudo partilhado com pessoas todas elas 5 estrelas.

Que mais se pode desejar??

Next stop: the Pacific Ocean...
#xterramaui
#rutadelosconquistadores
#xmilecycleteam

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

JMB45 - Run or Die!

Nada melhor que as palavras do protagonista, mentor e aniversariante, Jorge Maria Bolacha, para descrever a grande aventura do fim-de-semana passado:

"Estrelas 45 – Aniversario 45 Anos = 45 Kms Trail Running = 5h05m


Uma Aventura do Cromolitico – Correr para Viver


Era uma vez um Cromolitico , muito fácil nos Cromos de conseguir, bateu com a cabeça no livro da Anita “Anita Embebeda-se com Sonasol”

Cromolitico era fã de Anita e pegou de imediato num copo de 33cl e meteu sonasol lá para dentro. Fez tiro ao alvo à sua garganta. 5 minutos depois já estavam a sair balões da sua pele, cobras dos seus olhos e iphones 6 do seu recto.

Imaginou de imediato uma aventura a três. Dor, Conquista e Anti-Idade. São Excelentes cremes à base de Espirito Jovem, Dinâmica, Criatividade, Perseverança e Motivação.
JMB fez 28 anos x 1,6 e estava na hora de colocar um post it amarelo de linha branca (daqueles que não colam nada) no frigorifico. Mais uma conquista para o bolso.
45 Kms “Correr para Viver” ….. (agora sei que é para viver, porque antes de o fazer era para Morrer).
Depois de enganar alguns inimigos, dizendo que iriamos encontrar o Pote de Ouro no fim do Arco Iris, partimos em direcção ao desconhecido naquele Pais distante chamado Costa da Caparica.

JMB tinha arquitectado um plano para ficar com o pote de ouro. Meteu 250 grs de Cyclospora cayetanensis, Escherichia coli e Clostridium em cada bidon dos acompanhantes. Era Potente esta caldeirada de material. Iriam correr muito mais rápido para o ……. WC. Serrano não aguentou a pressão. Como é todo TIO teve que ir fazê-lo a sua casa. Teve que fazer 10 kms com “o rabo muito mais para a frente que as costas”. Pelo caminho comprou fraldas. Filomena e Luis aguentaram-se até à Apostiça e depois vieram com a conversa “ah e tal temos prova para o próximo fds e não podemos fazer mais do que 20 kms”. Achamos que queriam ir ao meio da mata colher uma folhas.

Beta aguentou firme até Alfarim (25 Kms) e bebeu um chazinho quando chegou. Hummm deve estar habituada ao Cyclospora cayetanensis, Escherichia coli e Clostridium.


JMB ficou sozinho. E que se lixe pensou ele …. Pegou no frasco de Cyclospora cayetanensis, Escherichia coli e Clostridium e bebeu até ao fim. Fez 20 kms final em versão “rabo muito mais para a frente que as costas” até Sesimbra.
Ao fim de 5h40 chegou a Sesimbra e bebeu 2 jolas de penalti, vestiu a melhor roupa e foi comer choco com tinta para o Isaias, como se nada tivesse acontecido."

Um texto que fala mais alto do que qualquer prosa elaborada! ;-)
Para o ano há mais, pelos vistos.... Lá estaremos, se Deus quiser,  e o JMB convidar! ;-)
RUN or DIE!


Texto: JorgeMaria Bolacha
Fotos: Regina Soares


domingo, 5 de outubro de 2014

Trevim - Lousã: YOU LIVE WHEN YOU LOVE WHAT YOU DO...

Este post poderia chamar-se "Homenagem a Rodrigo Menezes, Bruno Castanheira e tantos outros a quem a vida foi ceifada precocemente"...

Mas como título não funcionaria... e iriam lê-lo pelas razões erradas... Ou seja, iriam lê-lo pela razão da morte e não pela razão da vida...

Hoje perguntaram-me "Quando é que páras e dás descanso ao corpo?", e eu lembrei-me imediatamente do Rodrigo Menezes e do Bruno Castanheira.... e a minha resposta foi "Terei tempo de descansar..."

O Rodrigo e o Bruno não tiveram certamente tempo de fazer tudo o que queriam e gostavam... E acho que a justa homenagem que lhes podemos fazer, a eles e tantos outros que partiram precocemente, é vivermos a nossa vida intensamente. Como? Fazendo aquilo que mais gostamos, da forma que gostamos, doa a quem doer, independentemente de juízos de valor alheios, exigências, críticas ou censuras. Sem esquecer os valores do respeito e da consideração para com aqueles que sempre estiveram do nosso lado.

Vivê-la com um sorriso na cara; os sorrisos são poderosos e desarmam os mal-dispostos!

A Gisela com o SORRISO dela!

A paixão é contagiante e topa-se a milhas! A felicidade e intensidade com que vivemos os momentos é o que faz deles Momentos que ficam para sempre. Só eles são eternos, tudo o resto não passa de um "empréstimo" temporário, seja ele material, seja emocional, se não for positivo não serve para nada e deve ser descartado tão rápido quanto um lenço de papel, que esse ao menos serve para nos assoarmos!

 
Viver sem receios e em pleno, o presente é o que importa, nem o passado nem o futuro contam.
 
 
O futuro é HOJE, e o passado já lá vai... This is THE moment!
 
 
Amealhar só emoções positivas, experiências inesquecíveis, amigos inestimáveis, Momentos partilhados e sorrisos estampados.

 

De Coimbra ao Trevim, são 60kms de viagem, queria ter uma bicicleta para lá ir mais amiúde!

Também não faz mal acompanhar estes Momentos de uma gastronomia local, e de um bom tinto, bebida dos Deuses, e rica em polifenóis. O "fast recovery" é algo que nenhum candidato a "atleta" deve menosprezar!

Cumpriu-se mais uma Clássica Coimbra - Lousã, a 8ª, e para o ano contamos lá estar de novo, com os mesmos amigos, e se possível com mais alguns!


Ao Rodrigo e ao Bruno, onde quer que estejam...

HOMENAGEM: http://slide.ly/gallery/view/d0afe44b7107a5e10a4fc5b85dfe8e60?utm_source=Fb_ORG_Share

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

SP77 - Estrela e Açor

“Champions aren't made in gyms. Champions are made from something they have deep inside them - a desire, a dream, a vision. They have to have the skill, and the will. But the will must be stronger than the skill.”


(Muhammad Ali)

7 são as Maravilhas do Mundo. 77 são as Serras de Portugal.

SP77 é o projecto Serras de Portugal liderado pelo "JMB Produções" e pelo clube Estrelas de Lisboa

Autor do cartaz: JMBolacha

Este foi o fim-de-semana inaugural do SP77, e começou-se logo pelas 2 serras mais míticas de Portugal: Serra da Estrela e Serra do Açor, com ida ao Piódão incluída.

Num fim-de-semana com Alerta Laranja para 16 distritos do país, decidimos ser audazes e encarar o touro de frente. Se iríamos agarrá-lo pelos cornos ou não, isso se veria lá mais para a frente! ;-) 
Afinal, "there's no such thing as bad weather, only soft people"!

O tempo esteve magnífico toda a manhã de Sábado, em que nos dirigimos de Arganil (onde estávamos acantonados) para Coja, Vide, e Loriga. Daí subiríamos à Torre.

Loriga

São as pessoas que fazem os lugares... também são as pessoas que fazem os eventos... Estas pessoas (amigos entre si há muito tempo) não só não desarmaram, como revelaram um espírito de corpo e união salutares, a provar que a União faz a Força. Não é preciso estarmos a matar-nos uns aos outros e a nós próprios; não é preciso estar sempre com a corda na garganta e a arfar; não é preciso olhar sempre para o chão ou para a roda da frente; não é preciso andar sempre à morte para andar de bicicleta a sério!

O que é preciso é saber escolher o momento, porque há tempo para tudo e oportunidades para todos. Até há oportunidades para uma BTT com pneus convencionais, de terra, participar num evento de estrada com estas características; até há oportunidade para mais treinados e menos treinados participarem; até há oportunidade para apreciar a paisagem, conversar e rir sem a língua estar sempre de fora; até há oportunidade de fotografar, filmar, esperar pelos mais atrasados e ir tomar café, comer ou ir ao WC. Porque para treinar  e esticar e empenar, havia metas volantes previamente definidas, contagens de montanha e subidas de cair para o lado com fartura, era só escolher!


Não fosse esse espírito de união, e não fosse a VONTADE DE CAMPEÃO comum a todos, e não teríamos enfrentado a tormenta que se abateu sobre a Torre no exacto momento em que começámos a descer: não fosse a tranquilidade e descontracção, sem pressão, com que todos íamos e poderíamos não ter conseguido evitar quedas; não fosse o espírito de entre-ajuda e de sacrifício de alguns em prol de outros, e não teríamos tão prontamente sido "resgatados" e ajudados da maneira que fomos, e no meio de um temporal que faria qualquer um ficar confortavelmente dentro do carro e não andar à chuva e sob granizo e trovoada a tirar e pôr bicicletas e a transportar gente encharcada na sua viatura própria.

Para fazer face a tais dificuldades, nada como uns bons copos de Licor de Zimbro e Mel, na única loja da Lagoa Comprida, local em que alguns se abrigaram quando as bolas de granizo batiam forte no rosto e nas pernas, e nos impediam de ver em condições; nada como um certo calorzinho do álcool acompanhado do  nosso calor humano, e do do dono da loja que se predispôs a mantê-la aberta até que todos (e respectivas bicicletas) tivessem sido resgatados e transportados para Arganil. 

PGuedes, Patrícia D., "Eu", PCravo, Patrícia B., JMB, JPão-Mole, JSerrano
@Lagoa Comprida

Assim se subiu à Torre com sol, e assim se desceu no meio de um temporal típico de alta montanha, que nos fez lembrar que com a montanha não se brinca, e que é melhor carregar um impermeável no bolso do que ser apanhado desprevenido... 


No dia seguinte, mais um dia de sol e calor, perfeito para subir o Açor, e ir comer uma broa de batata com doce de abóbora à linda aldeia do Piódão. Para cima, pernas para que te quero!

Piódão
Doce e broa fizeram a mistura ideal para enfrentar a subida, e seguirmos depois para locais lindos, onde houve de tudo: estradas perfeitas,  outras que quase não tinham alcatrão, trilhos (sim, trilhos!!!!!), pavé até ficar a chocalhar durante muito muito tempo, num percurso lindo de tão verde e tão fresco, passagem na Fraga da Pena, etc.


No fim, um sentimento de partilha e alegria era comum a todos, e a "cerimónia protocolar" com a entrega das medalhas de participação e os troféus (aka "bules") dos pontos foram a cereja no topo do bolo, com o alto patrocínio do Estrelas de Lisboa e dos Bombeiros Voluntários de Arganil. 


"I never said it would be easy, I only said it would be worth it" (May West)

Fácil não é.... mas vale a pena! Ter sonhos e lutar por eles, é isso que distingue a "massa" de um campeão! Fomos todos campeões! E todos tínhamos o pensamento em Rui Costa... Mas ele é, e será para sempre, CAMPEÃO, e nós também! 

Bem hajam todos os amigos que estiveram presentes!