segunda-feira, 14 de setembro de 2015

SkyRoad GranFondo Aldeias do Xisto (Lousã)

Das 4 edições com que já conta este Granfondo Skyroad Aldeias do Xisto, só falhei a do ano passado, sendo esta, portanto, a minha 3ª vez nesta prova de ciclismo para amadores.


Conheço muito bem todas aquelas subidas e todas aquela descidas; conheço muito bem as paisagens deslumbrantes desta zona, a tranquilidade destas estradas, o canto dos pássaros misturado com o ruído das rodas de carbono a rolar; conheço muito bem a organização; e conheço-me muito bem a mim própria...

Sei com o que posso contar, se bem que nada é garantido... Sei que a época já vai longa, que tenho treinado o mais possível em plano e pouca ou nenhuma montanha, que em nada me beneficiaria nesta fase; sei que as minhas reservas energéticas não estão no seu auge... Mas também sei que quando meto uma coisa na cabeça é para fazer, doa o que doer, custe o que custar. E custou!

Custou mas foi! E à 3ª é de vez, e lá trouxe o 1º lugar absoluto feminino. Nice!

Mas este Skyroad nesta data, para mim significava o último treino longo que escolhi antes do objectivo que me vem acompanhando desde há quase 1 ano. Tem muita montanha, é verdade, mas subir nunca fez mal a ninguém, e na verdade é o que mais gosto! Além disso, os quilómetros ficam nas pernas... e é esse o treino que interessa. Ora aqui estão as subidas "ilustradas":


Mas o que mais interessa é usufruir: da companhia, do ambiente, do desafio e das paisagens. Quanto à companhia, ela é sempre 5 estrelas quando encontramos imensos amigos nestes eventos, que conhecemos de outros eventos similares ou não. Tanto para mais que fui representar a minha equipa 5Quinas/ Município de Albufeira e emprestar o colorido dos nossos equipamentos ao pelotão do GranFondo!

Ana Gaspar, Orieta Oliveira, e eu

E como "figuras ímpares" que somos, partimos da Box VIP, a box da Acreditar, que nos colocava logo na frente da corrida.


Quanto a paisagens.. elas ficaram um pouco desvirtuadas pelo mau tempo que se fez sentir. Já sabíamos desde há uns dias que havia probabilidades de chuva. Na véspera da prova as probabilidades passaram a ser uma certeza. Tanto que a organização, ciente disso, decidiu (e bem) neutralizar a última descida que conduzia à Lousã, onde inicialmente estava a meta. Assim, o cronómetro parou no topo da subida que vinha de Castanheira de Pêra, sendo que os 20kms de ligação à Lousã era necessária mas já não contava.

Foi a decisão acertada, pois aquela descida já é perigosa pois acumula muita caruma, pedrinhas e areias junto às bermas. Com todo aquele temporal, ainda havia mais "lixo" na estrada. Daí que só neste troço houve imensos furos, eu incluída! Mas o tempo já não contava e fomos andando devagar, a bater o dente, mãos geladas, ensopados da cabeça aos pés, só com a ajuda de um jornal que providencialmente a organização forneceu a quem quisesse, como protecção térmica para o peito.

O tempo começou a piorar mais ou menos na zona da Barragem de Sta. Luzia. Isso para mim foi cerca das 11h30, quando ainda subíamos, mas já encontrei o piso molhado quando iniciei a descida. Todo o cuidado era pouco, e para isso muito nos alertaram os "motards" da organização. [Nota: os "motards" da Vuelta a Espanha deviam aprender com estes! Como se circula numa prova sem perturbar ninguém nem pôr ninguém em perigo!]

Foto: Skyroad
Depois foi sempre à chuva, cada vez mais, chuva miudinha persistente e depois chuva a sério. Estive ensopada horas a fio. E como ainda não tinha ligado o chip do "modo Inverno", nem pensei em abafos nem nada de parecido. Basicamente ia à Verão: calção, jersey de manga curta e apenas um colete (não era impermeável) por cima. Senti frio na descida para a Pampilhosa, mas de resto o esforço mantinha-me quente. Mas o pior foi mesmo na descida final que já não contava. Aí sim, tive sérias dificuldades para conseguir accionar mudanças e travões.

No final, para além do 1º lugar em femininos (cujos troféus/prémios só irão ser distribuídos por correio), sendo Finisher trouxe a respectiva medalha, e também um pólo muito bonito do "Scudetto". o Scudetto é um troféu de regularidade que visa premiar os ciclistas masculinos e femininos, assim como as equipas, que participem nas provas que anualmente fizerem parte deste troféu. A posição ou o tempo em cada uma das provas não é relevante, bastando ser Finisher. Uma ideia original e simples, que distingue quem participou em ambas as provas deste ano.




As minhas reservas energéticas podiam não estar no seu melhor (mas chegaram para uma prova deste calibre!), mas as minhas imunidades só podiam estar bastante bem, porque após horas ensopada, estou sem qualquer sintoma de resfriado, o que é bom!


Agora começa a contagem decrescente para mais uma "montanha 8.000"... Depois conto-vos como foi!


"A dream doesn't become reality through magic; it takes sweat, determination and hard work."(Colin Powell)


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