sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Campeonato do Mundo de Triatlo Cross - El Anillo, Extremadura


Foi no Domingo passado, dia 31 de Outubro, que se realizaram em Espanha, no Centro Internacional de Innovación Deportiva "El Anillo", em Guijo de Granadilla (Cáceres) os Campeonatos do Mundo de Triatlo Cross, a vertente off-road to Triatlo.


Percurso de 1km natação, 20km btt e 6km corrida trail, que à primeira vista poderiam parecer um passeio no parque...Só que não!!


As condições climatéricas, as condições de todo o complexo e zona envolvente, o estado dos trilhos e características dos mesmos, e o facto de a nossa prova (o cross para grupos de idade) ter sido a ultima de todas as provas no conjunto dos 2 dias (em que se realizaram todos os campeonatos de Espanha Aquatlo e Cross) bem como os campeonatos do mundo de todas essas mesmas variantes, fez com que o estado dos trilhos estivesse impraticável... dizer não ciclável é pouco, só visto!!


Começamos pela natação: partida de dentro de água, alinhados junto a uma plataforma flutuante (os Elites mergulhavam da plataforma), apenas 2 bóias para contornar, e nenhuma para orientar a zona de saída, tendo os atletas que traçar azimute à alcatifa verde para saída.


Água bem "fresquinha" (17ºC), muita ondulação devido ao vento, alguns atropelos e chapadas, mas lá se fez.

Rampa com alcatifa apenas parcial, depois cimento com pedrinhas que era como lixa nos pés, novamente alcatifa, entrada no parque de transição no meio da lama e água, parque muito desorganizado, com numeração aleatória fez com que andasse perdida no meu corredor. Lá me desenvencilhei e siga para a bike.



Os últimos a competir (nós!!), apanharam os percursos completamente alagados, espezinhados e saturados, mas pronto, foi igual para todos (os últimos)!

Tratando-se de uma bacia hidrográfica de uma barragem, o nível de água baixo definiu o percurso de bicicleta pelas encostas a seco, terreno cheio de pedra, areia alagadiça, lençóis e linhas de água por todo o lado. Aqui entrava a perícia e skills de bicicleta de montanha de cada um, e a força para manter a tracção.


Foi uma brutalidade, mas daquelas em que eu ganho muita vantagem, estou completamente à vontade nisto, passo por cima de tudo quanto é calhau e lama, a bicicleta ajuda muito e eu tenho pernas para ela.

Reboquei muita gente e passei muitos mais...

Corrida: Trail puro e duro, nas zonas baixas junto à água, havia 3 opções: correr dentro de água, correr no meio de pedra toda disforme, tanto era calhau pontiagudo como seixo como uma espécie de paralelos, ou 3a opção enterrar os pés no meio das enormes pegadas lamacentas espezinhadas por todos. A minha opção era pôr os pés onde calhava, o mais rápido possível e rezando para não fazer uma entorse!

Rampas para a parte de cima do percurso, onde tínhamos as escadas do complexo para subir e descer, antes de entrarmos no pinhal por detrás. Duas voltas nisto, e eu a controlar uma dinamarquesa que não me largava e eu sem saber se era do meu grupo de idade ou não...


Por via das dúvidas não a ia deixar passar!!

Cruzei a meta convencida que tinha feito uma grande prova, pelo menos pódio, mas só na entrega de prémios soube realmente o resultado: Campeã do Mundo de 50-54!! What?? A sério??


Porreiro... Mas não muda nada, estou feliz, mas a vida continua. 🙂



Um enorme Bem - Haja à Try Portugal (main sponsor da minha equipa  "Try Portugal - Vitória de Janes") pelo apoio logístico e confiança! Sem eles eu nem sequer teria ido à prova!


"Algumas pessoas sentem a chuva, outras apenas ficam molhadas."
(Bob Marley) 



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